9 de fevereiro de 2022, Mariela Carrasco

Ginástica para o Cérebro: Uma alternativa prática para desacelerar o declínio cognitivo

A ginástica cerebral é um conjunto de exercícios coordenados e combinados que promovem e aceleram a aprendizagem, estimulando o funcionamento cerebral e desenvolvendo um maior número de conexões neurais ao realizar atividades de coordenação motora que estimulam a interação dos hemisférios cerebrais.

Por Dr. Fernando Payares Bravo A ginástica cerebral é muito eficaz e contribui para a saúde em geral. Sua prática contínua otimiza os processos de aprendizagem, ajuda a expressar melhor ideias, melhora a memória, aumenta a criatividade e facilita o manejo do estresse. Falar sobre ginástica cerebral remete ao conhecimento científico. Grande parte da iniciativa se concentra em estimular a realização de atividades motoras simultaneamente com ambos os membros, mas desenvolvendo movimentos diferentes em cada membro. Dessa forma, o hemisfério cerebral direito (que controla os membros esquerdos) trabalha em coordenação com o hemisfério cerebral esquerdo (que controla os membros direitos), maximizando o uso de ambos os hemisférios. Essas atividades são fáceis de ensinar e agradáveis de aprender, nos lembrando dos jogos motores apreciados na infância. Recursos audiovisuais contribuem de forma excelente para os objetivos psicoeducacionais de profissionais de saúde e educação que aplicam essas técnicas em benefício de seus pacientes e alunos.”
Os princípios da Ginástica Cerebral  São exercícios simples, eficazes, didáticos, divertidos e fáceis de aprender, que com habilidades psicoeducativas podem ser ensinados a crianças, adultos e idosos, como práticas recreativas. Formar hábitos de Ginástica Cerebral é fundamental, são exercícios que implicam concentração, movimentos oculares e de extremidades, flexibilidade muscular, coordenação corporal e visoespacial, ativação psicofisiológica, práticas de relaxamento, entre outros; pois partem de três princípios cientificamente comprovados: O cérebro aprende mais efetivamente quando existe a presença de estimulação emocional e sensorial (auditiva, visual, tátil). A comunicação e coordenação entre os hemisférios cerebrais através do corpo caloso do cérebro se fortalece quando se devem mobilizar e coordenar as extremidades em sentidos ou movimentos dissimilares. Aprendemos imaginando e jogando, pois se usamos nossa imaginação, ativamos os padrões sensomotores em relação com nossa emoção e memória. Dependendo do exercício, que no caso dos idosos deve ser preferencialmente instruído por um terapeuta ocupacional, fisioterapeuta ou psicólogo, quem o pratica tem múltiplos benefícios. Esses exercícios podem ser praticados por qualquer pessoa de qualquer idade, para melhorar seu aprendizado, sua plasticidade cerebral e, por consequência, sua saúde. Pois o cérebro é um órgão que, assim como os outros, deve ser cuidado.
Benefícios da Ginástica Cerebral A Ginástica Cerebral é uma ferramenta didática que pode ser utilizada no desenvolvimento de diferentes propósitos psicoeducativos e na reabilitação do declínio cognitivo. A seguir, alguns dos benefícios mais significativos: Integra funções cerebrais: Melhora os processos de aprendizagem, memória, concentração e atenção ao coordenar o movimento, a visão e a audição, melhorando a coordenação mão/olho e incrementando as conexões sinápticas. Propicia a ativação e comunicação de ambos os hemisférios cerebrais: Forma mais redes nervosas, preparando o cérebro para um maior nível de raciocínio. Ao demandar maior participação do hemisfério cerebral direito, estimula diretamente a criatividade e a capacidade de visualizar e fortalecer as representações cerebrais. Maximiza a ativação muscular: Facilita o alerta e o equilíbrio da ativação nervosa, melhorando o equilíbrio. Essa ativação, somada à sua natureza didática/recreativa, conecta as emoções no sistema límbico cerebral, diminuindo os níveis de estresse e relaxando o corpo. Fortalece o desenvolvimento de comportamentos de autocuidado e adesão ao tratamento: Oferece uma esperança dentro do luto que representa assumir o processo de deterioração cognitiva progressiva no idoso. Elementos como a autoestima são fortalecidos graças à autoeficácia percebida ao executar esse tipo de atividades. Pequenos desafios de psicomotricidade proporcionam um componente de “sentido” à cotidianidade do idoso que, ao realizá-los sob supervisão psicoterapêutica, podem gerar novos significados sobre a compreensão de sua condição e as ferramentas para enfrentá-la.
Contribuições para o idoso Seus benefícios são observados a longo prazo. Ao desenvolver uma maior quantidade de conexões sinápticas, desacelera o declínio cognitivo, fazendo com que doenças neurodegenerativas do cérebro, como o Alzheimer, avancem com mais lentidão. Isso favorece os cuidadores e os idosos a longo prazo, pois a realização coordenada desses exercícios provoca o aumento da neurotrofina (o fator natural de crescimento neuronal) e um grande número de conexões neuronais. Outras áreas de fortalecimento incluem a autonomia, o autocuidado e a autoestima dos idosos. A atividade física por si só gera uma sensação de bem-estar que, somada à percepção de serem participantes ativos e eficazes na execução de tarefas de autocuidado, proporciona grande satisfação pessoal. É comum ver os avós e avós sorrindo enquanto realizam seus exercícios, e isso, por si só, já é um grande ganho.
Transcendendo o declínio cognitivo É fundamental perceber seu alcance dentro do núcleo familiar. Adultos, adolescentes e crianças podem se beneficiar significativamente de sua prática, não apenas apoiando os avós e avós ao acompanhá-los em suas rotinas, mas também integrando os benefícios dessas práticas no desenvolvimento humano de todo o núcleo familiar, potencializado por ter rotinas de exercícios para todas as idades. Um grupo amplamente beneficiado são as crianças, cujo cérebro cresce 80% de seu tamanho nos primeiros três anos de vida, com uma plasticidade cerebral impressionante somada a um processo ativo de aprendizado sem precedentes no desenvolvimento evolutivo humano. Nessa fase, os exercícios de Ginástica Cerebral representam uma dádiva para o desenvolvimento neuronal e o fortalecimento de processos cognitivos superiores, como a criatividade.
Sobre el autor: Dr. Fernando Payares Bravo   Doctor en Ciencias de la Educación. Psicólogo Industrial especialista en planificación y ejecución de sistemas de evaluación psicodiagnóstica y selección de personal, con diplomaturas en Psicología de la Salud y Hospitalaria, y Evaluación y Diagnóstico Psicológico. Terapeuta Cognitivo Conductual. Periodista y consultor de Comunicación Corporativa.
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