O arte como estratégia de inclusão social diante dos comportamentos inadequados na sala de aula
Por MsC. Nathaly Lucena Orlando Introdução: O arte pode ser utilizada como uma estratégia de inclusão social. Neste artigo, apresentamos uma abordagem inicial sobre este tema de suma importância para a educação alternativa, a partir de uma visão integradora e canalizadora diante dos comportamentos sociais inadequados na sala de aula, sendo este último motivo de evasão e baixo rendimento acadêmico. Todo sistema educativo busca garantir o caráter social desenvolvido no campo acadêmico, propondo como objetivo formar sujeitos capazes de se reconhecer, aceitar e amar como são, cidadãos solidários que sentem, se apoiam e geram, por sua vez, preocupação pelos outros diante das carências alheias. Abrangendo todas as etapas do desenvolvimento humano e incluindo nesse processo a comunidade e a família, busca-se unificar critérios que consolidem o trabalho cooperativo dentro de cada ambiente de aprendizagem, especialmente nos primeiros anos de vida, permitindo ao educando um desenvolvimento equilibrado tanto no aspecto intelectual quanto no emocional. Os primeiros anos de escolaridade são de grande relevância, pois é onde se desenvolvem os processos de adaptação social e se aprende a seguir as normas consensuadas por um grupo, formando-se assim nos estudantes habilidades como a construção de acordos e o respeito aos padrões sociais. O cumprimento dessas normas gera uma interação saudável de todos os protagonistas do processo de ensino-aprendizagem que vivem na escola. No entanto, o ambiente escolar não só influencia diretamente a formação integral do ser humano, como também a família, que desempenha um papel fundamental no desenvolvimento das habilidades sociais do indivíduo, destacando-se a resolução de conflitos, indispensável para a convivência em um determinado ambiente. Por essa razão, a participação ativa da família e da escola é indispensável para o equilíbrio na formação integral do estudante. No entanto, se falhar a comunicação efetiva entre a escola e a família, pode-se gerar uma situação de risco onde os comportamentos sociais inadequados se tornarão protagonistas das atitudes e hábitos dos educandos, gerando neles falta de autoconfiança e baixa autoestima, o que enfraquece significativamente o objetivo primordial da educação. Quando os lares se caracterizam por sua disfuncionalidade, frequentemente devido à ausência de um dos pais, ao não cumprimento dos papéis paternos, à falta de normas e a uma comunicação inadequada entre pais e filhos, é imperativo que o entorno social apresente um alto índice de deterioração originado por uma carga elevada de violência, agressividade, insegurança e desvalorização da vida e do trabalho, buscando categorizar a desculpa perfeita para romper a relação família-escola. Pode-se dizer que, dessa maneira, se reafirma a teoria comportamental de Bandura e Rogers, especificamente a relação do entorno social como influente inicial na criação ideológica do “eu real” e do “eu ideal” diante do desenvolvimento e da evolução social. Isso faz referência ao seguimento do exemplo dado pelos adultos significativos quanto ao manejo de certos episódios da vida cotidiana. Com base nisso, pode-se inferir que esse modelo induz no educando a manutenção de comportamentos inadequados dentro da sala de aula. Diante dessa situação de grande relevância na América Latina, as instituições educativas buscam que o estudante, por meio da socialização, esteja em contato com um ambiente de aprendizagem onde se desenvolvam as normas de convivência e o trabalho em função dos valores, para melhorar de maneira satisfatória o desempenho dentro da comunidade. Isso permite, por sua vez, o afastamento gradual do risco social que se desenvolve em seu entorno e que afeta significativamente o rendimento acadêmico. No entanto, dentro da sala de aula, é evidente que alguns educandos desenvolvam comportamentos sociais inadequados por não seguirem as normas consensuadas que regem a dinâmica escolar, limitando o processo de ensino-aprendizagem. Isso traz como consequência a rejeição do estudante que manifesta esse tipo de comportamento, enquanto, por desconhecimento, a mesma é reforçada e possivelmente vinculada ao desenvolvimento extrínseco de uma dificuldade de aprendizagem de tipo ambiental.
O arte como estratégia de inclusão social Partindo desta realidade, é necessário promover mudanças significativas e inovadoras como alternativas educacionais. Uma delas é o uso das artes como estratégia de ensino-aprendizagem para fomentar e contemplar o desenvolvimento corporal e linguístico. As artes são uma ferramenta perfeita para canalizar comportamentos sociais inadequados enquanto desenvolvem habilidades sociais e pessoais, o que ajuda na inclusão social ao permitir que os alunos atuem e se envolvam ativamente na criação, relação e reflexão sobre seu próprio trabalho e o dos outros, sem reduzir as oportunidades de explorar processos criativos. As artes são formas de representação que utilizam o corpo, a voz, o espaço e o tempo para expressar e comunicar sentimentos, ideias ou vivências. Contribuem de forma específica para o desenvolvimento de capacidades de socialização, criando hábitos de organização e cooperação mútua. Essas práticas ajudam a enfrentar situações de contínua ruptura das normas de convivência dentro da instituição e do ambiente de aprendizagem comum, além de reduzir o uso de um vocabulário inadequado e registrar menos ações agressivas. Isso permite um desenvolvimento acadêmico mais fluido e eficaz dentro da sala de aula.
Por esse motivo, as artes, vistas de uma perspectiva para a transformação social, buscam a integração da comunidade educativa como um todo, formando consciência sobre a possibilidade de mudança e melhoria acadêmica por meio de estratégias que envolvem a cenografia, escrita criativa, pintura, teatro e música. Essas estratégias visam fortalecer valores como honestidade, companheirismo, respeito, comunicação, tolerância, empatia, entre outros, que promovem uma convivência eficaz e assertiva dentro e fora da escola. Portanto, a participação ativa dos pais é indispensável nesse processo. Considerando a utilidade dessas atividades como ponto de partida para romper as barreiras ideológicas preexistentes em docentes de sala de aula comum, que muitas vezes resistem a adaptações curriculares, busca-se promover mudanças significativas, desde o comportamento até a facilidade na aquisição de conhecimentos por educandos frequentemente rotulados como problemáticos. Diante disso, sugere-se que os responsáveis pelas instituições educativas promovam espaços de sensibilização onde sejam programados círculos de aprendizagem para a atualização de estratégias artísticas inovadoras que possam ser aplicadas na sala de aula. Da mesma forma, é fundamental que o docente consiga: Conhecer a causa real que gera os comportamentos sociais inadequados nos educandos. Focar em um objetivo claro a ser alcançado com os escolares a curto prazo. Reconhecer as potencialidades artísticas das crianças, seja em pintura, canto, drama, entre outros. Construir as atividades desejadas em conjunto com os estudantes, buscando a participação global sem exclusão. Projetar dentro do planejamento atividades na sala de aula e na comunidade, para romper esquemas e concepções sobre o trabalho com as artes e seu valor em prol da convivência social sem exclusão. Se você estiver interessado em aprofundar no tema, pode consultar as seguintes fontes bibliográficas: Bellón M. (2020). Projeto de inovação: arteterapia em alunos com risco de exclusão social. Repositório Comillas da Universidade Pontifícia. Recuperado em 1 de setembro de 2021, de https://repositorio.comillas.edu/xmlui/handle/11531/43043 Luguaña A. (2020). O arte como estratégia de mediação na sala de aula do centro educativo “Eduardo Vásquez Dodero”. UTC. Latacunga. Recuperado em 1 de setembro de 2021, de http://repositorio.utc.edu.ec/handle/27000/6979 Naranjo, L. (2020). Arte Terapia para intervir nos problemas de comportamento nas infâncias. Uma aproximação à pesquisa dos anos 2000 a 2020. Coleções digitais UNIMINUTO. Colômbia, 23-11-2020. Recuperado em 1 de setembro de 2021, de https://repository.uniminuto.edu/handle/10656/11934
Sobre la autora: MsC. Nathaly Carolina Lucena Orlando Profesora de Educación Especial en Dificultades del Aprendizaje (UPEL-IPB), Especialista en Integración Social de las personas con discapacidad (UPEL-IPB), Magister en Ciencias: Orientación de la Conducta humana (CIPPSV), Orientadora familiar y Mediadora de conflictos (UCLA) y Coach Ontológico Profesional (ECOP-LCP).