Quando o talento se perde por falta de motivação na sala de aula
Neste post, queremos compartilhar com você como as altas capacidades dos alunos podem se diluir ou escapar pela falta de motivação na sala de aula.
“Todas as pessoas têm a necessidade de desenvolver seu potencial. A tarefa dos educadores é incentivar a criança a avançar, oferecendo-lhe segurança em cada passo, garantindo assim o desenvolvimento saudável da criança, que descobre a si mesma e seu potencial” (A. Maslow, 1972). A motivação e os alunos com altas capacidades (AACC) A motivação de um aluno com altas capacidades é, em grande medida, uma responsabilidade que depende dos docentes. Seu potencial intelectual deve ser estimulado, guiado e direcionado para que possa se desenvolver completamente, e isso não pode ser feito tratando-os como um aluno comum da classe. Ter um aluno de Altas Capacidades (AACC) na sala de aula poderia ser considerado uma “oportunidade”, mas se não soubermos como lidar com isso, torna-se um grande problema. A maioria dos docentes está muito desinformada sobre esse tema. De fato, muitas vezes mostram-se desinteressados e manifestam atitudes de rejeição, confusão e insegurança em relação a esses alunos de altas capacidades (AACC), percebendo-os como um fardo adicional, um trabalho extra e, às vezes, como uma ameaça. Isso ocorre porque não dispõem de recursos nem de formação específica para tratá-los, embora estejam cientes de que se trata de alunos que precisam de um tratamento especial. Também cabe acrescentar que o sistema educativo atual não dispõe de um Plano Individualizado para esses superdotados. No entanto, possui um plano para crianças com transtornos do desenvolvimento intelectual. Devemos refletir sobre a razão pela qual essa situação ocorre. As crianças com altas capacidades não sabem tudo, não tiram as melhores notas; ao contrário, precisam de orientação, aconselhamento e estímulo, pois, de outra forma, podem cair no fracasso escolar.
Como motivar um superdotado? “É difícil educar um superdotado em uma sociedade que não acredita nessas capacidades.” Segundo a Dra. Elissa Brown, diretora do Instituto Hunter, um centro de estudos para Talentos, não se deve oferecer aos alunos superdotados trabalhos adicionais se terminarem suas tarefas antes que o resto dos colegas, nem permitir que acessem fontes de informação e realizem a tarefa sozinhos, pois isso resulta contraproducente. Se esse erro for cometido, é muito provável que o aluno superdotado associe a ideia de ser mais eficiente na resolução de problemas com um trabalho extra, e, portanto, tente evitar isso, buscando se adequar ao nível da turma. O trabalho docente: chave na motivação de crianças superdotadas Em primeiro lugar, os professores devem descobrir em quais áreas de desenvolvimento esses alunos têm maior potencial. Também é muito importante não deixá-los sozinhos na investigação e realização de tarefas, mas sim propor-lhes desafios compatíveis com sua capacidade e fazê-los sentir que os professores estão lá para ajudá-los no que for necessário. Além disso, devem acompanhar o aluno no processo, orientá-lo sobre onde empregar seus esforços, recompensá-lo por seus feitos e permitir que exponha seus conhecimentos aos demais colegas. Esta será provavelmente a melhor rota possível para que suas altas capacidades se desenvolvam plenamente. Outro ponto a ser tratado é que a estimulação completa do desenvolvimento de suas capacidades potenciais não é simplesmente uma questão acadêmica, mas uma necessidade que deve ser tratada do ponto de vista emocional. No caso de o aluno ser obrigado a negar sua própria condição e adaptar-se ao nível inferior do grupo, ocorrerá um alto grau de frustração, pois será incapaz de aceitar a si mesmo. Isso provocará problemas emocionais e, sobretudo, se for levado a entender que, para ser aceito, precisa ser apenas mais um, estará sendo criada uma base para destruir todos os seus talentos latentes.
Crianças superdotadas: Destacar vs. passar despercebido Se o aluno acredita que destacar em qualquer tarefa vai afastá-lo da aceitação dos seus colegas, ele fará o possível para evitar qualquer manifestação que evidencie seu potencial. Dessa forma, estará enterrando qualquer possibilidade de que seu talento seja detectado e estimulado pelos professores. Isso provocará um déficit de motivação por parte do aluno superdotado, e ele não aprenderá. Atualmente, cada vez mais mestres e professores se preocupam com o mundo dos alunos com altas capacidades intelectuais, já que percebem que a realidade educativa dos centros e salas de aula geralmente não responde aos seus interesses e aptidões. Falamos de profissionais que defendem a necessidade de uma formação ou preparação específica, que lhes permita conhecer as medidas de atenção à diversidade existentes para esse alunado e, assim, satisfazer de forma adequada as necessidades dos alunos talentosos, superdotados e/ou criativos. “A mente é como um paraquedas, só funciona se estiver aberta” – Albert Einstein