Muitas pessoas se perguntam, quando um relacionamento afetivo começa a ter problemas, se o amor tem uma duração limitada. Existem muitos ditados populares sobre isso, mas será que o amor realmente acaba? Como fazer para prolongar um relacionamento sentimental? Realmente existe uma predisposição para que um casal dure pouco? O Dr. Enrique García Huete, especialista em psicologia clínica e coaching, é formador na ISEP, onde ministrou vários seminários sobre ‘O amor e os relacionamentos de casal’, e nos ajuda a entender, no resumo de sua entrevista, alguns conceitos errôneos sobre este tema. Compatibilidade do casal Contrariando o ditado popular de que os opostos se atraem, e considerando que um relacionamento é a união de pessoas compatíveis e que se complementam, o Dr. García Huete indica que “além dos aspectos biológicos, hormonais, químicos… existem variáveis de personalidade, inteligência e outros que permitem prever se vocês são mais ou menos compatíveis. Os mais semelhantes são mais compatíveis”. Ao longo de nossa vida, estabelecemos relacionamentos com várias pessoas e, mesmo olhando para os casais ao nosso redor, os de nossos amigos e conhecidos, podemos encontrar relações nas quais não apostaríamos muito tempo, mas que surpreendentemente duram dez anos ou mais. “Há três fatores que determinam o sucesso de um relacionamento de casal: o atrativo, a convivência ou amor/amizade e o amor responsável, onde os valores e metas na vida podem assegurar uma relação prolongada”, destaca o Dr. García Huete. Quanto tempo vai durar um relacionamento de casal? É muito importante diferenciar entre dois tipos de amor: o amor/paixão e o amor/estável-convivência. Embora não se possa considerar algo exato, porque há fatores muito difíceis de controlar e prever, existem estudos com os quais o Dr. García Huete indica que “se é apenas amor paixão, a duração não passa de 3-4 anos”. No lado oposto, onde não é apenas a atração sexual o pilar básico do relacionamento, mas também há amor de convivência e amor responsável, “a relação pode se prolongar indefinidamente”. Além disso, dentro do amor responsável, há valores e crenças que têm grande importância, como, por exemplo, continuar juntos pelos filhos em uma época de crise, manter-se com o parceiro para reduzir os problemas econômicos de viver sozinho, permanecer juntos para evitar a sensação de solidão, etc. O certo é que um relacionamento de casal pode sobreviver sem amor. Como solucionar os problemas de casal Em qualquer um dos dois tipos de relacionamento, embora menos no primeiro tipo, onde normalmente a perda de atração sexual leva ao fim do relacionamento, não costuma ser uma decisão mútua, sendo uma das partes que decide que quer terminar o relacionamento. É claro que é diferente deixar a outra pessoa do que ser deixado, e normalmente, quem deixa é porque acredita que estará melhor finalizando o relacionamento. Mas, se você for a pessoa deixada, terá que trabalhar a perda e reestruturar um novo plano de vida. Se o relacionamento se rompeu, a assistência de um terapeuta pode ajudar a reduzir o sofrimento e acelerar a passagem para uma situação melhor. Se ainda não está tudo perdido, uma consulta a tempo reduz os níveis de conflitos e evita o que é mais frequente: procurar ajuda quando o conflito já é longo e intenso. Dr. Enrique García Huete O Dr. Enrique García Huete conta com mais de quinze anos de experiência no treinamento em habilidades de comunicação e resolução de conflitos. Isso o credencia como um dos psicólogos mais destacados em processos de seleção para realities ou talents shows na Espanha. É autor de Aprender a pensar bem e O arte de relacionarse.
