Na primeira sessão do #LaClase 2022, o reitor da Universidade ISEP da Colômbia, Rodrigo Riaño, teve uma conversa interessante e divertida com o psicólogo e doutor em educação, César Sierra, sobre a rebeldia nos adolescentes. A sessão, que você pode assistir em nosso canal do Instagram, começou com Sierra esclarecendo a importância para pais, professores e psicólogos de compreender o mundo psíquico dos adolescentes e entender que a rebeldia é necessária para fazer a transição da infância para a adolescência. “Temos que entender que há uma mudança na psique do adolescente, que às vezes é bom, às vezes é ruim, com emaranhados psicológicos, mas, além de julgar ou criticar os adolescentes, há algo fundamental que é entender o que está acontecendo porque, às vezes, como adultos, não entendemos e não nos identificamos com esse conflito, e rejeitamos e olhamos para esse ser humano tão diferente com estranheza”, disse Sierra, psicólogo e professor da Universidade ISEP na Metodologia 360°. Nesse cenário de rebeldia e mudança que a adolescência representa, os pais têm um papel muito importante de contenção e acompanhamento, que devem assumir para evitar comportamentos de risco em seus filhos. O adolescente, indicou a psicóloga, nessa fase de sua vida não precisa de um pai-amigo, nem de um pai que lhe dê tudo em termos materiais, mas sim de pais que “possam entrar em seu coração e que possam compreendê-lo”. É disso que o jovem precisará durante o conflito psicológico pelo qual passa nessa fase”. Portanto, os pais devem exercer suas funções parentais, estabelecendo limites e ajudando o adolescente a se encontrar, sem assumir o papel de amigo, o que geraria mais conflito e complexidade no relacionamento entre pais e filhos. Voir cette publication sur Instagram Une publication partagée par Universidad ISEP (@universidadisep)
Rebeldia adolescente e depressão No #AAula, Sierra forneceu uma visão e uma explicação bem fundamentadas sobre a relação entre adolescência, rebeldia e depressão. Ele explicou que a rebeldia é normal, natural e necessária para que os adolescentes passem por transformações e construam e fortaleçam sua identidade independentemente das figuras parentais. “Um adolescente julgador e idealizado não é normal. É raro. A rebeldia é necessária para a construção de uma identidade psíquica própria, separada da identidade que se viu sendo construída e compartilhada com os pais na infância”, explicou. Nesse sentido, ela ressaltou que essa rebeldia pode ter níveis e se manifestar em formas de se vestir, agir, falar, mas também em estabelecer limites ou rejeitar o que gostavam antes. Por exemplo, eles param de ir à missa ou não gostam mais do que costumavam fazer com os pais. Portanto, a rebeldia se manifesta de várias maneiras e deve ser observada pelos pais para evitar comportamentos de risco ou exposição. Da mesma forma, eles passam horas sozinhos e se “isolam” ou começam a se expressar em monossílabos devido a essa necessidade de rejeitar e negar tudo o que o adolescente se lembra quando criança e que mostra a dependência que ele tinha. É aí que surgem a raiva, a reação de rejeição, a frustração e o medo que o adolescente começa a sentir porque agora está psicologicamente sozinho. Por si só, explicou Sierra, o adolescente vive um luto. Um luto pela separação psíquica de seus pais e pela perda dessas figuras paternas infantis, mas também um luto pela perda do corpo infantil e, como em todo luto, há raiva, rebelião e negação. Mas, em si, é um processo normal e necessário para avançar em direção à construção de uma identidade própria e independente.
No #AAula, Sierra também falou sobre o que acontece quando o comportamento rebelde não é percebido no adolescente e quando há sinais de alerta. Ela também abordou a participação dos pais na psicoterapia e a detecção da transferência que o adolescente faz das figuras parentais e de autoridade para o psicoterapeuta, que deve estar atento para reconhecer esse fenômeno e contê-lo em prol da evolução do comportamento do adolescente e do sucesso da terapia. Nessa sessão, os pais e sua participação e papel na psicoterapia com um adolescente também foram destacados e discutidos em profundidade, bem como as ferramentas e os espaços de apoio que os pais têm à sua disposição e podem utilizar para ajudar seu filho no processo de transformação natural de criança para adulto. Quanto à relação entre a adolescência e a depressão, elas são sinônimas, diz a psicóloga, e, por isso, o adolescente procura fugir dessa emoção que o domina e que ele não entende com euforia ostensiva, festas e, às vezes, álcool e drogas. “É uma defesa maníaca de um processo depressivo diante das perdas afetivas com o mundo exterior, do qual se separam para introjetar e se carregar de emoções internamente”. Nos últimos minutos dessa aula, a conversa se voltou para o coquetel psicológico que o isolamento da pandemia e a falta de socialização representaram para os adolescentes, bem como para as estratégias para saber quando é necessário que um adolescente consulte um psiquiatra e tome medicamentos. A psicologia educacional também foi um tópico de discussão. A esse respeito, Sierra refletiu sobre os maus-tratos que, segundo ele, o sistema educacional representa para a psique do adolescente e como, por meio de orientação e aconselhamento psicológico, podem ser criados espaços para a catarse e a expressão dessas preocupações e impulsos adolescentes. Conecte-se à #LaClase da Universidade ISEP Fique atento à próxima edição do #LaClase e aos próximos eventos. Siga-nos nas mídias sociais e assine nosso boletim informativo. Saiba mais sobre nosso Mestrado em Psicologia Clínica da Criança e do Adolescente aqui.